Eles querem
Eles querem eliminar
O meu jeito de criança boba
Querem tirar meu sorriso, minhas ideias.
E querem até
Escolher minhas roupas.
Querem que eu fique de pé:
Cabelo cortado, coluna ereta, cara de sério.
Querem que eu obedeça,
E responda alto e forte
-sem usar o cérebro.
Querem que eu colabore,
Pois “Com ordem se avança!”.
Logo eu, amante do caos,
da mistura, da loucura
(da bagunça!).
Querem que eu respeite suas patentes ridículas,
Querem que eu respeite homens
de chapéus engraçados,
homens que só são homens
Quando estão armados.
Querem que eu esqueça
Todo o mal que eles fizeram.
Querem me convencer
que meus heróis estão errados,
e os deles, certos.
Querem que eu durma
num lugar sujo e feio,
Com cheiro de sangue e ferro.
Não.
Eu não vou.
Eu não quero.