VITRINES...
 
Só um idiota
não notaria tais vitrines
onde expusemos
o seu e o meu
filtros oculares
dos nossos olhares
castanhos-verdes-estranhos
furta-cores cheios de amor
pra colher flor e ter muito amor pra dar...

Esse nosso olhar
fruta-pão que alimenta
a fome do coração
sem dieta ou parcimônia
isento de gordura,
com desejos, usura sem insônia
só colorido e ternura...
Que fazem nossa venturosa ventura.
Olho magro, mas pleno de fartura!

As vitrines são telescópios
(Centros Observatórios Espaciais)
que se nos voltam ao universo
na troca de olhares
e, quê, dizem-nos
nossos próprios versos sem vetos...
Holísticos olhares
verdadeiros e retos
corretamente corretos...

Até um cego enxergaria
o que em nós vêem
e vêm lá do fundo,
porque são sentimentos
concisos e fecundos...
O mais é estúpido, de tão raso,
qual um Cupido de olhos vendados
e nariz entupido, querendo sorrir...
Sem sorrisos!

Arco, asa e flecha,
quebrados telescópios,
sem alcance e nem mira!
Aqui, na Terra Santa, ou, nos Emirados...
A quê, tudo se desfaça na emoção
ou por desatenção... Que contradição!
Faltar-nos essa meta ou o alvo
é mera desconsideração...
Assim vou perdendo cabelo até ficar calvo.

Antonio Fernando Peltier
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 05/02/2013
Reeditado em 05/02/2013
Código do texto: T4124833
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