INSÓLITA PRESENÇA
Meu tempo clama e chama por tua chama
Perpassando por tua flutuante atmosfera
Pelo sinuoso rio dessas incertezas errantes
Sou refém incondicional desse tempo ultor
Mesmo ante meus lúbricos pensamentos
Tua presença é sempre imponente e insólita
E ela absorve-me com um incontido fascínio
Fazendo-me circunvagar por tuas pegadas
Procurando desbravar as nuances de teu imo
Na seara translúcida de tua audaz personalidade
Na intrigante e empática maneira de ludibriar-me
Pela vetusta maneira suave de entorpecer-me
Faço-me cego surdo e mudo para abolir-te de mim
Pois analiso o prenúncio do transbordante deslumbre
E sigo o arquétipo das alvissareiras interpretações
Pois não posso cobrar-te aquilo que não é meu de fato
Nem querer compartilhar algo em si desconchavado
Pois ai teria um relacionamento por si só exânime
Quero apenas ao longe observar todas as jogadas
Dar linha aos lances aguardando os desenlaces
No tabuleiro que em mim tem os limites para o jogo
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