Minha viagem no tempo
Poeta não é louco, é um espertalhão,
Força o casulo acossado por asas;
Qualquer seixo que ele ponha a mão,
Dá faíscas, fogo, chama e brasas...
Se a vida insiste em prender seus pés,
Em fortes grilhões por detrás do muro;
Eleva sua alma, como a alta das marés,
E seu fogo dissipa, o poder do escuro...
Se faz senhor do tempo e espaço,
deus, posto que não é esse o escopo;
Sansão fraquejaria vendo seus braços,
Capaz até de ensinar fábulas a Esopo...
Qualquer espinho vira pétala multicor,
Decorador ornando espaços de vidas;
Versa afetos vividos e mesmo desamor,
Dourando tristezas com toques de Midas...
Para contar esse labor parei um instante,
Pois tava planando sem carecer de renas;
Desculpem leitores, meu falar ofegante,
Pois, acabei de chegar da antiga Atenas...