O POEMA DESENHA
O Poema gosta de desenhar abrir
no papel aquela paisagem que é toda
/ nova
a corda musical na cava
preenche o espaço de formas
/ de música este poema
desenha também __ tudo em cena
/ uma parreira
com suas uvas
Os rios desenham na areia Livros
/ maravilhosos de viagem
/ têm grafadas as imagens
de maravilhosas Sereias
Fênix de Ressurreições Incendiadas
/ Hipo
grifos
O poema desenha dentro dos gritos
/ do ruído
e sua tinta é paz eis
o perfil de um rapaz a efígie silhueta
/ de uma moça com uma cesta
/ repleta de flores a ponta
da caneta possui primores __ o
/ Poema o diz...
Esse nariz a que a palavra fixa no
rosto
( tem quê de inexplicável )
um belo e sentido gosto...
O poema gosta de desenhar assim
/ como o também gostam
as ondas do Mar __ e a praia
/ aguarda
o Mar com todas as suas falas
/ que podem ser ditas
formas
como uma bilha de barro uma água
/ pura entorna
e faz um em torno
como uma peça no torno toda
arredondada
como se múltiplos múltiplas luzes de
/ olhares colocássemos numa escada
Escada
porque leva mais longe além vai
/ preservando a luz num depois de
/ onde o sol se esconde
longe brilhante e longe como
/ um pacífico alfange
a lâmina do Amor desembainhada
o Poema responde__ desenhando__
/ que a palavra nada esconde
onde, aparentemente, semente
/ desabrochada
__ Amor de Vida __
/ desembainhada...__
existia Nada !