A LINHAGEM DO SACA-ROLHAS...
Arrancar poesia a saca-rolha
A velhice do vinho nos constrange
quisera mãos delicadíssimas
Vento no Vento
Flores abertas antes de abrir
e a delícia de todos os caminhos
realizados, mas vário é o mundo
várias as sortes do Poeta,
há os que são apenas poetas com
/ louros de ar
há aqueles a quem só resta trabalhar
a terra maninha, amanhada de suor
/ e mãos duras calosas
desarrumadas sempre
sempre sempre cabelo por fazer
O ser é grandioso
se mínimo
( também )...
Há aqueles que sentem o gotejar, o
/ rorejar do orvalho nas verdes folhas
como bandejas...
aparadores numa Natureza Viva, não
/ morta
__e há aqueles que abrem a porta
para a poesia entrar__
___Esposa Fiel...___
Mas sou da linhagem do saca-rolhas
/ me confundo
com as espirais como quem passeasse
/ pela Via-Láctea
__essa eterna vertigem!...__
As palavras saem do vinho, mas com
/ ele não se confundem
antes são
__ colagens __
Cacos de Vidas Partidas
na procura de nossa cura coladas
em arquétipos...
Não, não é elegante eu sei
é algo direto __ e mais que _tudo_
/ indiscreto...
botão florido no Sangue
__dessa aridez...__
Uma vez é toda a vez...
e as palavras quando voam outra Vida
/ _ entoam..._
___Cabem sempre reticências
que a vida sempre se
/ ( re ) apresenta !___