Serenatas e refazendas
Seguiu o tempo como segue a toada
pois os relógios nunca envelhecem
A vida entoava uma charada lerda
e os passos eram breves
Se quisesse pedir ou ocultar,
verdade que não podia chamar seu nome
não ainda.
Seus ombros largos,
fora do alcance do meu padrão oficial
seu perfume almiscarado
longe à realidade do meu truque genial
para fazer de mim seu talismã de vidro
Se eu sentasse em alguma calçada e esperasse
o sol bater
Se eu batesse em alguma porta e pedisse
por oração
Se eu rezasse o pai-nosso
não por obrigação
Você pediria minha mão?
Juntos dormiríamos em uma cama vesga
para acertar a encomenda
do tecido para uma festa de gala
onde dançaríamos
serenatas
e refazendas.