Cai
Cai,
lentamente
e sob malícia,
agarrado aos cacos,
atrelado ao vidro,
ornamentado pela morte,
maravilhado com a magnitude
da capacidade humana,
entusiasmado com a desgraça,
sabedor dos epicentros.
Cai,
filosófico e magro,
detentor de anemia
e poesia musicada pelas
noites que, em quedas distantes,
curam o mal cá dentro do bem estar
de segundos.
Cai,
segundo relatos oficiais,
meu corpo do 11° andar,
sacrificado e já tranquilo,
sobre as cabeças dos pobres,
união de matéria orgânica
que já não adianta de mais nada.
Já,
já,
cal e cinzas.