Cai

Cai,

lentamente

e sob malícia,

agarrado aos cacos,

atrelado ao vidro,

ornamentado pela morte,

maravilhado com a magnitude

da capacidade humana,

entusiasmado com a desgraça,

sabedor dos epicentros.

Cai,

filosófico e magro,

detentor de anemia

e poesia musicada pelas

noites que, em quedas distantes,

curam o mal cá dentro do bem estar

de segundos.

Cai,

segundo relatos oficiais,

meu corpo do 11° andar,

sacrificado e já tranquilo,

sobre as cabeças dos pobres,

união de matéria orgânica

que já não adianta de mais nada.

Já,

já,

cal e cinzas.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 24/01/2013
Código do texto: T4102094
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