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A REVANCHE
De: Ysolda Cabral
 
 
A cara do Tempo de frente,
É de poucos amigos:
Nublada, pesada e contida,
Pra não soltar sua ira...
 
Ainda...
 
Olhando de perfil,
A cara do Tempo me diz,
Ter chegado o momento de mudar,
Sob pena de tudo acabar...
 
Sem Vida.
 
Não queria a Cara do Tempo,
Sem o frescor das plantações,
Sem o azul e o branco do Céu,
Sem o verde transparente do mar...
 
Ah! Saudades do Mar...
 
Queria a poeira das estrelas,
Visível pelos raios de sol,
Ou em noites de lua cheia...
 
Casas sem paredes e sem telhas...
 
Não queria o pó da poeira,
Revolta da terra nua e em chagas,
A bailar sobre a mesa...
 
Areia...
 
A Cara do Tempo não nega,
E por mais que se segure,
Um dia ela nos pega...
 
E a revanche acontece.