Boca da noite

Os ombros doloridos de um palhaço gentil

Tinha um balde apinhado de água escura

Com algumas florezinhas que caia das árvores,

De tanto se equilibrar num bocado mundo de vida.

O balde tinha uma cor palhaça risonho estranha

Mas encantadora, de um cingido revolto brilhante,

Pincelado pelas artes de um arteiro artesão da

Macedônia, o palhaço gentil tinha no peito.

A triste agonia dos mancebos do campo

Os que se encontravam em seca, sem gorjeio,

De alguma chuva de um céu que está logo ali

Renitente em cima dos nossos pés-cabeças.

O palhaço gentil carregava peito nos ombros

O balde nos seios, um teto no chão, a melancolia,

No crepúsculo vazio lugar; o palhaço gentil é,

Hilário cantarolava vendo o dia apagar.

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 16/01/2013
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