CANÇÃO DE TODOS OS NINHOS
Os poetas de tanto retesarem
/ as cordas da Lira ficaram
sem solução
Por isso deixo as cordas do violão
/ meio frouxas
pra que não haja monumento
/ de ausência mas
a Vida. Pura e brotando
dos borbotões de uma fonte __ clara
/ e alta como o Oceano no céu
com sais azuis de promessa
realizada __ pra eu não esquecer que
/ a vida é sempre Alvorada
/ e os incêndios do Sol
possuem os rasgos
mais criativos
Poesia não é uma tesoura de um só
/ recorte
e nem sei bem se a Vida gosta de um
/ único corte Tá certo nem
/ Tão romântico
__mas nunca sem horizontes!...__
que o dizer é dizeres __ o livre__ não
/ só um envoltório para os seres!...
Cuido instar que o estar se apresentem
Todas as canções as calmas, as plácidas
/ as dolentes todo
o vir a ser embutido no ser Pente
com todos os dentes__ e, sem
/ desmazelo _todos_
mas todos... os cabelos !...
A lua ( mais que ) cheia foi o artifício
/ que Ulisses usou
/ para vencer as Sereias
O Canto não é contudo mudo o canto
é tudo __ e o por achar é a nossa
/ grandiosa conquista
/ de um grande Mar
com todos os barcos e portos...
Fogo a descoberto e não poços __ só
/ o brilho de água vazia e
roldana
__ a boca do canto... a tudo...
/ __ ama !...__
Frouxas as cordas tangidas do violão
/ se repartem em fontes
/ inúmeras de Vida
em Solução
__... e todos os _ninhos_ têm
/ seus...caminhos !...