Ronda
Eis-me recolhido na omissão do passo
e nem aí, para o que o labor laborou;
na sutil discrepância entro o que faço,
e o que, na realidade, penso que sou...
Os tragos insossos das coisas inúteis
sorvidos na marra, ao andar no meio;
licor ao paladar para os deuses fúteis,
até que Deus deseje colocar um freio...
Se o pleito vale até empunho o gládio
quanto às moscas, um inseticida mata;
não bebo o sangue da TV, ou, do rádio,
mas, do vampiro mor, eu ando à cata...
Coisas de preço se escondem no fundo,
a galera busca estar, na crista da onda;
o diabo sorrindo como dono do mundo,
porém, os anjos, ainda fazem a ronda...