O PRIMEIRO LUAR
Confio no leitor
ele há de suprir as lacunas
afinal Poesia não é tão complicada
/ assim
não é decifração de rimas
é nos acompanharmo-nos nas letras
sendo feitas
na Voz maior que diz o Homem
reforçando a linda imagem de um
/ Mundo que não some
que na Poesia ele conserva o Sal
da fala e da Voz Original
Toda obra é construída juntos só isso
corporifica o assunto
dá-lhe o sustentável e o esperado
/ esqueleto
pra que Poesia diga tudo o
Viver-nos __ tenha a humilde
/ substância de um Prato-Feito
ou uma ceia de vinhos e queijos
a epicidade requer variedades
/ de paladar
Voz no seu teor perfeito
pronta no prato pra todos os gostos
/ pra todos os jeitos
O edifício todo quadrangular
/ da poesia
tem pra mim a pedra do dia
é sólida como aço
é como beber e comer __ embora se
/ disponha com passos
/ de belos e infinitos laços
laços de flores
Cantarei o caminho do homem
As rãs nos charcos __ os jardins
/ cheios de rosas e lírios
que derrete a neve do frio
e uma grande sumaúma de folhas
/ sortidas
cheia da beleza das orquídeas
Gratuidade
Cantarei o Amor a única cura pra
/ saudade
a verdade poética é simples e direta
é o sonho de um agrimensor com
/ no compasso com sua régua
/ com seu esquadro de prata
traçando os deslimites que aumentam
/ a estrada
e é ter a alma nua onde brilha
/ sorridente
a face da lua
radiando sobre o Mar
completando a Vida nas suas insignes
/ origens
e no Signo molhado do primeiro luar
fazendo sonhar.