ESTADO E CAPITALISMO: CASAMENTO PERFEITO

Ah, que dor sinto em ver

você, meu querido Estado,

se casar com este mal ser

que desponta no horizonte.

Você poderia ter me traído

com qualquer outra prostituta,

mas não, preferiu ferir de morte

meu coração. Foste pérfido.

Teu casamento foi arranjado

e quem te vendeu foi você

mesmo, por pouco, ninharia.

Tua alma não é tua, não mais.

Como pôde nos deixar na mão,

sem nenhum teto, sem alimentação,

sem segurança, sem saúde, sem paz,

sem educação para nossas crianças!

Você se juntou com nossos maiores

inimigos, não teve a honradez de nos

avisar do mal que nos sitiava. Foste

a pior das meretrizes. Foste má!

Por que razão entregou-nos de bandeja

nas mão do inimigo de nossa liberdade,

individualidade e de nosso ser? Te fizemos

algum mal? Responde-nos!

Nós não merecíamos tanto desprezo de

sua parte, somos parte de ti, de alguma

forma. Agora teremos de nos ver livres de

ti. Você só nos causou mal e inda nos causará.

Minha anarquia é pessoal e não coletiva.

Quero ser livre para passar pela rua e não

pagar por ela, comer meu pão e não pagar

por ele, pois foi nossa mãe quem nos deu.

Com todo amor e carinho a mãe natureza

nos presenteou com a vida, com a terra

e você, Estado, bem como seu esposo,

quer que paguemos pelo que é nosso!

Tenho fé que teu casamento terá um fim,

fim este que se configura como traição

de teu esposo, aí sim, tu voltar-se-á para

nós, e nós te aceitaremos ou não!

Jhonny Rodrigues
Enviado por Jhonny Rodrigues em 09/01/2013
Reeditado em 09/01/2013
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