LIVRE DE SOBRESSALTOS
Assim como a Carolina de Machado
/ de Assis minha esposa
também são meus olhos
Meus olhos são doentes eles têm duas
/ lentes de ver
exagerado
Isso amplifica a dor que jogada
/ no silêncio das coisas vira
Poesia
mas me impede ver sutis pertinências
/ da luz do Dia
e em sua pra mim sagrada missão
/ minha esposa
me acalma o Coração...
Ela retira com presciências divinas
/ essa turvação
que vem dar ao peito de muitos
/ poetas
Medo de passar fome
Medo de não atingir o ideal estranho
medo
de mafiosos jogarem contra minhas
/ mãos os tampos do piano
cortando-me a veia das palavras
/ e tantos seres que poderiam ser
bonitos planos...
Ela é para mim uma bengalinha quase
/ branca que vai abrindo caminho
/ à minha alma
Criança
Nela confiado não temo o Sol
porque o ser repleto de Confiança mas
essa dor que sinto dói dói dói soi
haver uma rua que mal sinto
/ inatravessável por isso além dela
/ a todo custo tento adquirir
/ um florir de
asas de ave
Com elas poderei pousar num galho
/ alto ___ de Amor curado
solto ___ todas as penugens e livre
de sobressaltos !...