POEMA DE GUARDANAPO

Os princípios da justiça

Os precipícios divinos

A transcendência performática de Cristo

A materialidade midiática do Anticristo

O amor, a paixão, o ardor

Na limitação do cabresto

O terror diletante do escrito ordeiro

E todas as imagens pobres

Das empilecadas poesias

De guardanapo de restaurante

Proferidas túmidas e azedas

De minha boca arrogante

Ora pululam, endoidecidas,

Em expressões posudas, esdrúxulas

Sopradas do biritado fole

Cravado no meu esnobe semblante

E logo após se negam dolentes

Como sempre fora dantes

Iguais delírios pulsando

Nas cáries dos dentes

Num frio sequioso de rompantes