UM HOMEM REPOUSA

Um homem repousa frio e pálido

Seu sonho ignaro de vida, n’uma lida

Que transita o átrio do devaneio

Tempo que corre sem verter

O que mata e morre do seu seio

Os olhos da mente ponteiam

os verdes debruns da seda

procelosa das vagas do mar

das colinas cinzentas de bruma

do prantear úmido dos bosques

Um homem repousa ávido

seu sonho impávido de vida,

sua tola guarida e o previve,

intenso, de olhos cerrados

ao abismo dos desencontros do ser