Chegaremos

Devagarzinho,

Com jeitinho,

Vamos desentortando esta coisa esquisita,

Inconcebivelmente fria,

Que fizemos de nossas vidas,

À celestial revelia.

Por medo de mudança,

Há muito, perdemos o passo dessa dança,

Insólita,

Inóspita,

Que nós mesmos criamos,

E tanto nos atrapalhamos.

Fizemos um trabalho tão bem feito...

Em nossa atrapalhação,

Em nossa faraônica confusão.

Que não haverá outro jeito:

Teremos que refazer tudo

Desta vez, respeitando o mundo.

Conseguimos desrespeitar todas as instâncias

Desta primorosa fragrância,

Que é a existência,

Quando vivenciada com consciência.

Já sabemos o que não fazer.

Como não proceder.

Agora precisamos olhar para dentro,

Para descobrirmos o centro

Do universal bom senso,

E impregna-lo em nosso comportamento.

Na essência

De nossa cadência.

O que me tranquiliza, em meio a tudo,

É que por mais que insistamos em destruir,

Há uma força maior que precisa prosseguir

A lapidação existencial, holística é o sentido do mundo.

A ordem universal é muito mais forte que nós,

E nossos ilusórios, medíocres e ridículos nós.

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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 04/01/2013
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