Coruja
A rua deserta, a madrugada.
Um tempo perdido no vácuo deserto.
A névoa surge por entre troncos de arvores no canteiro central.
Assim se permite existir, na fria nevoa da madrugada.
A rua é absorvida pela paisagem que parece não existir.
A rua parece deixar de existir.
Tudo parece fugir no instante que vejo a nevoa surgir.
Mas não! Algo surge diante de todo espaço frio e vazio.
Num relapso instante, a coruja voa com asas umedecidas e cores neutras.
Um voo solitário, preciso, de caça.
Magia, imagem, domínio.
A ave noturna em vigilância e supremacia é dona.
Dona da noite fria e da rua vazia.
Soberana da noite.
Olhos arregalados, vigilante.
O que ela viu ninguém vê.
Traz mensagem pra mim e você.
Eco noturno revelação.
Verdades invisíveis.