DEVANEIOS DE MIM

Coube aos meus pés
Caminhar longe,
Coube as minhas mãos
Segurar firme,
Coube aos meus olhos
Enxergar o horizonte,
Coube a minha boca
Calar quando do barulho,
Coube aos meus ouvidos
Escutar paciente,
Coube a minha mente
Entender o fim;
Não sou só feito de asfalto,
Sou o percalço;
Não amarroto a vida,
Acaricio o medo;
Não vislumbro o óbvio,
Vasculho as sombras;
Não só grito ao vento,
Suplico silêncio ao marasmo;
Não escuto os sábios,
Ouço os moribundos;
Não planejo nada,
Compreendo o acaso;
Eis-me aqui, então
Um emaranhado disto tudo
Para que isto, seja aquilo,
Ou não seja, mas,
Para que a alma goteje
O que restar.

 
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 03/01/2013
Reeditado em 04/05/2022
Código do texto: T4064911
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