poema branco
Oi ! Página em branco
Sua brancura me inibe
E fico a caçar palavras
Que me deixam muda
Entre os ventos flutuantes e o medo
Há a brisa que nesse instante
me sopra alguma
coisa.
E fico remoendo esses significados
sombrios
A delicadeza do cactus
O espinho de uma rosa que ainda é botão...
Tanto medo, e tudo é quase nada,
quase
algo
Impreciso, insípido, incolor, inexplicável
É como água
E os rios que lá foram desbravar
certos sertões e desertos
De onde vem tamanha alvura
Nesse negror que meu espírito
provoca até chegar
na página em branco
a cegueira branca de saramago
a imagem de pontos negros e confusos da retina
sons coloridos, luzes reflexas
e um pingo de emoção
em cada poesia
o branco de alma
contamina a minha
que sem calma
quer revelar-te
tudo
assim como um átimo
como um flash
como a história que conta
estórias
e mitos
o branco revelador
da página
contracena com lado pictórico
da razão humana