poema branco

Oi ! Página em branco

Sua brancura me inibe

E fico a caçar palavras

Que me deixam muda

Entre os ventos flutuantes e o medo

Há a brisa que nesse instante

me sopra alguma

coisa.

E fico remoendo esses significados

sombrios

A delicadeza do cactus

O espinho de uma rosa que ainda é botão...

Tanto medo, e tudo é quase nada,

quase

algo

Impreciso, insípido, incolor, inexplicável

É como água

E os rios que lá foram desbravar

certos sertões e desertos

De onde vem tamanha alvura

Nesse negror que meu espírito

provoca até chegar

na página em branco

a cegueira branca de saramago

a imagem de pontos negros e confusos da retina

sons coloridos, luzes reflexas

e um pingo de emoção

em cada poesia

o branco de alma

contamina a minha

que sem calma

quer revelar-te

tudo

assim como um átimo

como um flash

como a história que conta

estórias

e mitos

o branco revelador

da página

contracena com lado pictórico

da razão humana

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 09/03/2007
Código do texto: T406419
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