Feliz alvo novo
Cá estamos no ano que vem,
Que tudo prometeu mudar...
ignoro se prometi também,
Costumo, porém, não arriscar...
Será que se foi nosso falar zen,
Que oculta o felino pensar?
O pedido mascarado por quem,
Toca trombetas quando vai dar...
Agora, pois, que a atuação tem,
A oportunidade de mostrar,
Se nossos eleitos irão além,
Da fácil prática do discursar...
Veremos se o nhém-nhém-nhém,
Se mantém no mesmo lugar;
Que os anjos digam amém,
Se ousarem, enfim, trabalhar...
Quiçá, dessa vez, a busca do bem,
Será a meta de nosso buscar;
Ou o enganoso bom, ainda tem,
No alto do pódio, seu lugar?
Se nada cambiou, tudo bem,
Ninguém cria que ia mudar,
Era só excitação de quem,
Precisava a si mesmo enganar...
Vou pular sete ondas também,
Para no ano novo poder arrasar;
Malícia, ira, cinismo, mentira, desdém,
Inveja, preguiça, e vou trabalhar...
É certo que pode mudar quem,
Muda a percepção, e o pensar;
Sem tempo, sem agenda; porém,
Sem ver o alvo, não dá pra acertar...