Jogo II
Talvez eu simplesmente gostasse demais de você
Para deixar as coisas irem tão longe
Ou, talvez, não importe mais
Do jeito que você me beijou
Com as palavras que falou
Não é como se tudo fosse voltar
A ser como era antes
Há várias coisas que eu poderia dizer
Mas acho que não quero conversar
Talvez pudesse me perder em seus braços novamente
Num mundo em que as coisas fossem mais simples
Que as palavras fossem mais doces
Sem deixar de ser sinceras
Eu deveria odiá-lo
Depois de todas as palavras que me disse
Destruindo qualquer inocência romântica
Que ainda pudesse haver em mim
Sim, eu deveria odiá-lo
Mas, ao invés disso
Sua imagem ainda vaga por meus pensamentos
Manchada, não de ódio
Mas de uma espécie confusa de tristeza
Porque, mesmo que o jogo não tenha acabado
Não sei mais qual será meu próximo movimento
Não sei mais se poderei vê-lo sorrir
E sentir-me aquecida por dentro
Não sei porque a vida precisa ser tão cheia de dilemas
Não sei porque não consigo me arrepender
Por deixá-lo chegar tão perto
Não sei porque me arrependo
De deixar acabar tão rápido
De fingir que conseguia dar significado
A palavras tão vazias
Tão diferentes do que eu desejava
Tão típicas da garota que pensa demais
Da rainha do gelo cujo castelo derrete um pouco mais
A cada vez que você se aproxima
Não quero lembrar de você com ódio
Nem atirá-lo em meus baús de indiferença
Mas não posso alimentar um sentimento ingênuo
Sei que estamos apenas jogando
No fundo, acho que soube desde o começo
Apostei meu coração
Atirando-o no meio de uma mesa de poker
Ainda não perdi
Mas quero apostar cada vez mais
E sei que quando o jogo acabar
Não importa o resultado
Ele terá se partido
Não estou dizendo que vale a pena
Mas parece que não posso evitar
Será que já conseguimos o que queríamos
Ou o prêmio faz apenas com que aumente a vontade de jogar?
Aumenta-se a aposta, aumenta-se o risco
O que mais podemos ganhar?
O que mais podemos perder?
Aumente suas apostas
Pois mesmo de coração partido
Eu não jogo para perder