Robótica
Eis a ignorância recebendo incentivo!
Profunda como a mensagem, ho ho ho;
sapiência esquecida dorme nos livros
o cisco e o grão carentes de um crivo,
pois somos acordados por meros robôs...
Geração vídeo adornando a fachada
Ao discurso do saber, ainda queda surda;
Sapiência mecânica, pois, programada,
Que corrige a uma palavrinha errada,
E deixa passar tanta ideia absurda...
As razões não excedem o campo visual,
A moral já é um ácido, algo demodê;
Sociedade não gregária, pois, individual,
o comum é pretexto e o fim, cada qual,
importa saber como, não conta, o porquê...
Aí um louco assassino nos desperta,
Pisa num jardim, muitas flores matando;
Por instantes nossa paz desconcerta,
Mas é breve o som desse infausto alerta,
A dor é alheia, nosso barco vai andando...
Ah, alguém já versou essa “vida marvada”
Mas, a bem da verdade, a vida é inocente;
Ela vem pródiga não nos negando nada,
compramos a “sabedoria” pré-moldada,
e ela dorme gratuita, dentro da semente...