COMO UMA FLOR DE LUZ, COMO UM JARDIM
Minha alma tem dobras que têm
riquezas ocultas...
Quando falo, falo dessas riquezas que
/ o poema também
é panejamentos, um giro
que desfralda frutos e jardins em luar,
/ densidades
noturnas onde as estrelas cantam,
/ talhas de barro com
a água pura colhida no recesso das
/ fontes, ontens
amanhãs de sol, árvores frondosas de
/ todas as estações do hirto
inverno__das farturas do verão __ da
/ primavera sincera
no desejo de frutos __ e no bronze
/ outonino que ressoa
como sinos cantantes, os panos trazem
/ também
canções distantes tangidas pela lua
/ violineira ___ negras
/ profundezas de mar azul
a Terra inteira!... Calmos
os panejamentos despenham aquela
/ presente presença
cosida na alma de vida __ a minha e a
/ dela__ uma só. E pó
de ouro __ e o brilho translúcido
/ de uma asa de besouro os élitros
as vozes de um grande coral que
/ trazem à noite um sol a alma
que se diz __ o bulício rigoroso
/ honroso de um voo
de perdiz. No tronco marrom
a orelha de pau volumosa
é o flagrante do quando de perfume da
/ rosa__rosa
de sol de cantante arrebol. Veredas.
E essa riqueza é uma linha que enfeixa
/ a Terra Inteira faz
sentir o chorar do mar com saudades
/ dos navios e as barbas branquinhas
do inverno frio.
E quero falar a partir dos
/ panejamentos
eles trazem aumento a esa riqueza em
/ inteireza
do que se diz_ não é que o céu tem um
/ nariz ? são
nuvens e estrelas __ e toda claridade
/ é música
para a saudade ___ está presente
intermitentemente __clareia como o
/ bom Amor em seu calor...
Acompanham os giros da Terra,
/ os meus panejamentos...
mel e açúcar são cimentos e o doce
/ corpo incólume
faz viver a paz das esferas sem
/__ nenhuma Guerra...
É de verdade a riqueza colhida
/ na saudade e
que se diz ___ como em flor__ de luz
como um Jardim !...