Gente sem vida
Neste chão de asfalto, sangue e cimento.
Correm os pés de multidões sombrias,
São coloridas, suadas, amargas.
Gente sem vida.
Olho para essa gente apressada.
Olho para essa gente seduzida
Paro na travessia, paro na esquina.
Olho essa gente sem vida.
Se tudo que existe
For por causa daquilo que imagino.
Imagino que essa gente tenha razão
Há uma sabedoria no ar vinda da própria vida
Que é o correr para pegar.
Eu penso: estou doido para largar
Largar da própria vida.
E essa gente corre, corre.
Corre gente sem vida!