No fim de tudo!
Se o mundo acabar amanhã, prometo não prometer. Vou fazer rir nos hospitais, varrer as ruas. Limpar o prato, fechar a torneira, desligar a luz, perdoar.
Vou andar mais devagar, acordar cedo, chegar no horário, pedir por favor, segurar a porta do elevador. Vou dividir o lanche, desejar bom dia, atravessar a rua na faixa, deixar que passem na frente. Não vou gritar, vou sorrir, vou sentir.
Vou ser gente, não ser intransigente, perguntar, não deduzir, rezar em voz alta, não pedir. Ajoelhar, jogar o lixo no lixo. Vou carregar as sacolas de alguém, ajudar, me despedir.
Vou dizer o que sinto, ouvir o que os outros sentem, vou me calar na hora certa, vou retribuir um afeto, um olhar, um aperto de mão. Vou correr para um abraço, pedir bis, vou dar milhões de beijos, sorrir de piada sem graça, fazer graça e ser feliz.