Coração que não ama

Veio descendo uma avenida esquecida

Tapeando cruzamentos sem dó nem piedade

Em postura torta, de comum desleixo

Sapateando alto e indiscretamente

Na vaidade de nada poupar abaixo do próprio queixo,

Lamuriante vaidade.

Veio pregando tua fama nos postes

Raptando olhares vestidos de assombro

Parando e passando como baderna insaciável.

Em gritos ou cochichos

Tua impetuosidade revoga teu estrondo

Como eco indomável.

Veio atirando pedras em janelas abertas

Na invasiva ousadia de não quebrá-las

Mas atingir apenas o lado de dentro...

Acertando desprevenidos - confiantes de seu disfarçado alento.

Mas coração que não ama

Pode acabar por se enfastiar com seu próprio desamor

Como cumprimento de pena... sua dor!

E tudo o que veio aprontando, terminou por enterrar seu ego

Na mesma cova que enterrou seu primeiro destratado sinal de amor.

Cristiellen
Enviado por Cristiellen em 18/12/2012
Código do texto: T4042200
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