Mundo imundo
Recantos elevados, mentes maltrapilhas,
Redomas congeladas em eras profanas.
Imprecam e transpiram arrogância,
Do alto de suas faces mórbidas!
Paços brilhantes cospem desprezos humilhantes,
Passos descalços sofrem a corja alada,
Lágrimas do povo, néctar da vida!
Nata infausta, chorume é teu sangue,
Júbilos ingratos da nobreza vil,
Mãe depravada de filhos desgarrados
Seios nefastos lactam discórdia!
Passos em falso, sorrisos sem lastro,
E a vida passa,
Escassa, largada, violada!
Mundos tortos, eras tortas,
Sermões e refrões imorais,
Realidades distorcidas,
Em passatempos indigestos!
Vales inférteis, ideias vazias,
Tanta sujeira, desigualdade e decepção,
Fim do mundo imundo, súplica de renovação!