UM SER FELIZ

Noite calada,
Eu, assentado na escada.
Ante a porta,
Da antiga matriz,
Olhando por olhar, as calçadas,
As ruazinhas tortas,
Não há ninguém, a cidade dorme,
Na quase perfeita paz,
Um cachorro se ajeita,
Sob a marquise,
Se coça, me espreita,
E nada mais.
Uma brisinha cicia...
Acalanta, propicia,
Uma indolência enorme,
Eu, continuo fluindo,
O meu olhar,
Sobre as ruazinhas,
Sozinho a sonhar,
Nas entrelinhas,
E mesmo só, me sentindo,
Um ser feliz.