A BUSCA
Entorpecido desta vida esquerda e manca,
a gotejar no tempo a luz do riso, o viço,
segue à procura de sentido, algum motivo
para sorver alívio, ser de estrela e brisa,
para afagar suave pétala de orquídea...
Mas não conseguindo acender a razão
de tantos perdidos combates, delírios,
desfaz-se a minar, a minar o seu campo
outrora bonito, tomado de plantas
e agora se enfara de sol e de chuva…
Combalido se lança na trilha sombria
do amanhã que se esconde no vale do incerto,
sai às cegas, tentando galgar a existência,
a que paga os abusos de surras e curras.
E descobre que a vida se encerra na busca.