GOLES DE CHUMBO
Em goles férvidos deglute a vida
mesmo que venha a se queimar por dentro
estraçalhar as vísceras em chagas
porque viver não cabe meio termo
é se queimar a espera cicatriz
ou se guardar e se perder ileso.
Porque só sara o que gritou ferida.
Goles suaves não saciam sanha
de se alcançar aquilo que não sabe
de se sentir aquilo que inexiste;
intensidade a contemplar o oculto
vagueia ao vão das bambas mentes vagas
e encobre o ledo da banalidade.
Viver é chumbo que se bebe quente.