GOLES DE CHUMBO

Em goles férvidos deglute a vida

mesmo que venha a se queimar por dentro

estraçalhar as vísceras em chagas

porque viver não cabe meio termo

é se queimar a espera cicatriz

ou se guardar e se perder ileso.

Porque só sara o que gritou ferida.

Goles suaves não saciam sanha

de se alcançar aquilo que não sabe

de se sentir aquilo que inexiste;

intensidade a contemplar o oculto

vagueia ao vão das bambas mentes vagas

e encobre o ledo da banalidade.

Viver é chumbo que se bebe quente.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 05/12/2012
Reeditado em 07/01/2013
Código do texto: T4021082
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