Agora minhas tristezas são diferentes
Nem se parecem com as tristezas de antigamente
Aquela coisa que se sentia  por dentro,
Mudava o ângulo da boca ,deixava cair o olho no chão
Mas não matava a gente...

Agora minhas tristezas criaram pernas
Me acompanham incansáveis
Perversas

Numa espécie de coro maldito
Chamando meu nome noite e dia  


Em ladainha ,meus ossos conclamam
Como quisessem roer
Como sentissem falta...
Como pertencesse à pauta

Adianto-me a contragosto ,

Tento aumentar meu passo acovardado
Mas  meu olho mora inteiro no passado
É meu repasto que divido com os silêncios e seus quase pios
E se disto não me afasto...
É porque abandonaria em trilha minha única parte

Então fecho meus olhos um instante
Vejo o meu verso-casulo que m'engole e inda assim o consumo
Aqui m'esfrego ,
Em seu sumo...

Aqui m'espremo ,
Em meu próprio túnel...
 


Adah
Enviado por Adah em 04/12/2012
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T4019064
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