Poema de segunda
O vento cego apalpando arbustos
E o martelo que dormira, desperto;
Sapiência fugindo do cérebro obtuso,
Vetando que se avalie bem os custos,
E o cantil vazio, ainda no deserto...
O girassol começa a seguir o espelho,
E as cobertas rotas se esticam todas;
Erram os pleitos do coração confuso,
A cavalgadura já nem teme o relho,
Solidão e agrura em prateadas bodas...
Os pleitos do domingo que foram falhos,
Ainda enchem com seus lugares vazios;
Alma calejada desse bullying e abuso,
Quer as cartas na mesa, falta baralho,
Onde fez sua ponte, já não corre o rio...
Desventura sentou e não quer levantar,
Parece que há cola entre cadeira e bunda;
Usucapião, direito adquirido mediante uso,
Mas, o que mais a gente pode esperar,
Nas linhas de um poema de segunda...