PERMANÊNCIA
Um dia as cigarras queimaram
/ pegaram fogo
Era a poesia se cumprindo o dia
/ abrindo suas todas asas
e essa imensa fogueira
regurgitada de valor
na Terra inteira As cigarras
/ incendiadas e o canto
como labaredas
O Jardim da presença se fez inteiro
e verdadeiro
com as puras figuras do mundo
/ renascendo
e o lume da gota de tinta luzes de cada
/ momento As
muitas águas passaram abrindo
suas asas
e a garganta das cigarras pura prata
/ eram as imensamente claras
e nítidas resoluções como a
pepita achada
de tudo abrindo alvorada todas
as coisas fizeram-se mais que coisas
/ adquiriram
alma deixam de ser
riscos __ apenas__ na loisa __ e o
/ Ouro Grande de
todos os corpos não pertenciam só às
/ Ilhas do Sul
abriram-se largos e longos veleiros
/ cheios
de azul __ e se fizeram aves coroando
a nossa longa viagem
em busca da essência __ um
/ apocalipse
o incêndio era uma premência
do lume espalhado em perfume
com uma cola de Vida que era
todo o Grude
Calma então a aquiescência tão clara
/ revoltou-se
e a outra essência rede abriu asas ficou
/ sortida a Vida
mas agora
com
Permanência !...