No embalar do amanhecer
Escrevi e entreguei
tantos cuidados
ao teu colo,
e traduzi
o silêncio que
se continha no mordiscar-se dos lábios,
e te pedi outras ideias,
matrimônios umedecidos,
lençóis amassados,
arranhões e tapas
adocicados sobre um suor
tão coeso e amargo...
escrevi nossa poesia à beira da cama,
justamente quando nós, em poesia, repousávamos
no embalar do amanhecer.