No embalar do amanhecer

Escrevi e entreguei

tantos cuidados

ao teu colo,

e traduzi

o silêncio que

se continha no mordiscar-se dos lábios,

e te pedi outras ideias,

matrimônios umedecidos,

lençóis amassados,

arranhões e tapas

adocicados sobre um suor

tão coeso e amargo...

escrevi nossa poesia à beira da cama,

justamente quando nós, em poesia, repousávamos

no embalar do amanhecer.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 30/11/2012
Código do texto: T4013296
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