SÓ ME RESTA GRAFAR AMOR
( SOBRE AS CÁLIDAS CIGARRAS __ CANTO DO ESTIO )
Cálidas cigarras anunciando o estio
Rubror que aos ares indecisos veste
com a labareda da túnica de sons
Novamente intermitente o tempo
/ canta
enquanto a hora se adianta
/ e levemente a lira do dia
acende tudo. Cálidas cigarras no ar ar
/ ar
e a música a soar
em cada ponto. Prontamente
elas se despem em favor da música
estivalmente __ certo que há nelas
todo o Verão.
Um Verão como rubra maçã sequiosa
/ de todos os vermelhos
/ como os ruivos cabelos
/ e que encontra sua alma
das cigarras no pensamento vário
como o acendimento do céu quando
/ o Sol é pleno
como o vento vermelhando as areias
/ de um
deserto poento.
O Verão é das cigarras elas o geram.
/ Com seu ponto rubi
de música toante. Há ventos
/ nos espaços circundantes
e sinceras promessas de Primavera
Amor. Os versos são como flor
/ se espalham e fazem
um jardim. Ou parte dele. Destarte
a lira das cigarras emenda o vazio
/ abrindo olhos
fazendo tudo digno de ver ou tocar.
Com seu cantar que coloca estruturas
/ de dourado
na vida ___ como os altares lavrados
de luz do dia.
A identificação com as cigarras é de
/ Coração.
O verão será sempre azul e anunciará
/ novas estrelas e as cigarras
estão vestidas de futuro __ com seu
/ gosto de mel musical
arroio de Vida.
Olegário Mariano era o Poeta
/ das Cigarras __ belo título,
/ coroamento de sons
para um coração de poeta
Cigarras são a hora direta __ são o
/ enquanto tudo em perfeito dispor
a música fusa e única e totalmente
/ em flor
o sol perfeito vestido de todo
/ o quentor
e só me resta grafar : Amor...