De repente

De repente me esqueci,

e toda dor se adentrou.

Na escrivaninha te escrevi.

O passado eu não contesto,

o sentimento não tem jeito,

transforma todo e qualquer gesto

no mais puro e belo efeito.

De repente enlouqueci,

e toda dor se misturou,

as entrelinhas lhe omiti.

O futuro eu não espreito,

minhas memórias eu molesto,

misturo e perfuro o imperfeito,

sinto do malfeito o indigesto.

De repente me aqueci,

e toda dor se acabou.

A vereda eu permiti.

O presente eu não rejeito,

a cor da alma já ostento,

no peito me floresto satisfeito.

Estou refeito, sinto o vento.

Kento
Enviado por Kento em 27/11/2012
Reeditado em 03/12/2012
Código do texto: T4008280
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