O RESSUSCITAR DAS PALAVRAS NA HORA !...
Cansado das palavras há de haver
esse lugar que procuro em que elas
/ soem todas sem peso papagaios
sem necessidade de ar
Um seu lar todo luz onde elas flores
/ florem
na tessitura mais pura do incorpóreo
mas com corpo porém, um Corpo sem
/ a perpetuidade
impura das coisas Mortas tortas em
/ toda a sua direitura
puras puras todas puras!...
Gosto de ver fantasmas ao vento eles
/ se balançam longas vestes
enrijecidas do gesso do ar,
/ apresentando
panejamentos e dobraduras nunca
/ escuras numa esquina
de luz
Azuis são os Sonhos __ e bolinhas
/ de sabão apresentam-se no ar
/ risonhas
quero tornar as palavras não mecânicas
raivosas de dormir e fazer
quero fazê-las aparecer num amanhecer
/ toda luz
é substrato presente do momento
/ eternidade
quero ser feliz como um prato
quero ter o rigor da luz da porcelana
/ ___ e escrever
molhado da infância Seco
é o rego da morta vida __ e quero
/ entrever a Saída na
Saída __repetir-me, contudo sendo
/ ( sempre ) inédito
como um fato certo de ser sagrado
que tomou vida e escapou da face morta
dos espelhos. Como o Sol
que se petala quero dizer __ coisa rara
/ que espraia
e descobre mundos __ que ao fundo
não deixam de brilhar
quero apanhar ou reapanhar espigas
/ em todas as trilhas
Completar
Isso que tudo se adereça deixará de ser
/ um quebra-cabeça
florirá florirá e há de entoar amor
Na vastidão não fortuita do Mundo que
/ profundo
se sabe início no meio dos rumos
como uma saudável flor Não vai embora
o ressuscitar das palavras na Hora !...