Inimigos íntimos

Quantas vezes eu a vida saímos no tapa,

Pois me expôs, quando eu queria sumir;

ou quis que eu usasse a capa do Drácula,

Sem me dar um caixão pra dentro dormir...

Quando a doida pareceu sair da casinha,

Delegando algumas coisas, só por ironia;

Uma a uma quebrou todas armas minhas,

Depois, mandou matar um leão por dia...

Dessa forma, tirou os brinquedos enfim,

Pelo prazer mórbido, de ver contrariado;

Quando resignado eu dizia, tá, seja assim,

aí, a doida vinha e dizia, não; será assado...

Mas, não a deixo, somos inimigos íntimos,

Pego em sua mão e a convido para seguir;

meus tropeços sejam seus troféus ínfimos,

eu a vivendo, e ela, morrendo de tanto rir...

Dizem que toxinas do vício atingem ao feto,

Mas, a gestação poética é muito diferente;

Os filhos nascem mais viçosos, isso é certo,

Quanto mais o infeliz está convalescente...