As razões da paixão
O que sinto e o que sei, em eterno gládio,
Nenhum tomba, sequer, abandona arena;
Até dão uma trégua ao mediador, o tédio,
O primeiro sucumbe ao engano do vídeo,
Sapiência prudente, é ponderada, serena...
Sei bem o que sinto, diz, evitando a pecha,
De ser avessa ao saber, a insana emoção;
Que o prazer é o sentido de se viver, acha,
E a qualquer aponte da sapiência se fecha,
Quem vetar o seu deleite, deve ser ladrão...
Aí o sangue, conselheiro que resulta inútil,
Assassina nos instintos aos apelos da cuca;
Fantasia até o etéreo como se, físico, táctil,
Derruba os neurônios essa disfunção erétil,
eles passam fome, como piolho em peruca...
A razão, quando o barco do apetite, aderna,
Tem, enfim, uma chance, para argumentar;
está segura a foca se, o urso polar hiberna,
a paixão é uma praga como Hydra de Lerna,
cortando uma cabeça, nascem duas no lugar...