ESCADA
Laivos de vento são como mineiros
/ encontrando ouro
Tomo um comprimido
/ de sensibilidade e as coisas
/ se desenham
Uma capa de Amor descobre tudo
e é só um sorriso no tempo...o resto
/ é escuro !...
Ilhado. Ilhado nessa concretude úmida
/ a vida se rearruma
e minha essência nada tem a ver com
/ a inteligência tem a ver
com as coisas !...
Elas ditam elas dizem elas brilham
por que temos que vê-las se tudo
/ é a luz do dia ?
É porque somos... E nunca seremos
/ só estamos ___temos
de mergulhar nesse mar ___ foi-nos
/ predito
Até tudo se sensibilizar ___eu,
/ acredito !
Ver o que não se pode ver é a pura
/ presença de nossa
existência. Aqui só estamos
porque somos ___num século
/ de significação diluída só a presença
de pomos consola
Dia a Dia com portas de alegria ___
/ Hora a Hora !...
Me encorpa uma veste concreta
é certa e direta
tudo o mais é apenas mistificação ___
/ e a verdade vai
por dentro das coisas ___ onde a Vida
/ tem de
significar ___à asa da abstração
/ contraponho o Mar sensível
das coisas ___ há algo indizível
/ mas que inda oisa
falar ___ e rearrumar
os estratos de Vida. Filosofia Filosofia
/ Filosofia mas presente
/ no sangue aquela
voz da eternidade das coisas que nos
/ garante. Sei
que é arriscar fazer disso um veículo
/ de achar. Não
ter só o disciplinado verso que pra
/ consolo do público é discreto
__mas é honesto meu mergulhar __
como quem vive a vida da vida ___
/ não satisfaz-se___
/ só com a Paz do achar
essa taquigrafia nervosa e curiosa
que não dá as respostas esperadas
/ de poesia lavrada
apenas um degrau ___mas esta ___
/ é a escada
é um procurar !...