Os sete mares e a âncora

Quando a alma deriva em oceano incerto,

água se faz deserto, bússola cai no mar;

soprar qualquer vento ordinário, serve,

eferve a esperança duma praia encontrar...

Quando a alma deriva em oceano incerto,

com robusto nada por perto, tenta pouso;

em ramos passados, ou em vergéis futuros,

naqueles estão chagas, e o porvir é nebuloso...

Quando a alma deriva em oceano incerto,

então se tornam caminho, todos os lugares;

experiência ajuda, um pouquinho por certo,

que o diga quem derivou nos sete mares...

Quando a alma deriva em oceano incerto,

Tanto fazendo ficar, ou continuar ao léu;

Há força na inércia, em poder estar quieto,

Nessas procelas, valha-nos a âncora do céu...