A alma indômita e a redoma
Lá vai alma ao consulado lembrança
Buscar asilo nas terras do passado;
Divorciada do porvir onde esperança,
muito de tempo inútil, tem passado...
Essa pluralidade dentro duma só casca,
Faz os desarranjos do habitante-mor;
Cada faceta se esforça por uma lasca,
Parasitando ao que lhe parece melhor...
Claro, há bens valiosos nos tempos idos,
os vindouros, convém olhar com anseio;
Daqueles, restam macetes adquiridos,
Nesses, as razões pra entrar no rodeio...
Nessa miúda redoma de tempo, e aço,
O vidro presente se fecha, hermético;
A alma etérea alça seu voo no espaço,
E pinta sem jeito, um quadro profético...