O lado doce do amargo

Há certa doçura no amargo do mate,

Que vai muito além de ser tradição;

Paladar adquirido, em breve embate,

Acessório à hospitalidade por sua parte,

Resulta não ser de todo amargo, então...

Certo alento no fim do mundo que bate,

Segundo diz a mais sombria previsão;

Se a sina mandar que a gente se cate,

Que escape pra Lua ou quiçá pra Marte,

Uns times escapam da segunda divisão...

Certo proveito na tristeza de um vate,

Pois lágrimas rolam, rola inspiração;

Qual time perdendo em busca do empate,

Dane-se o existencialismo frio de Sartre,

Refugia no mundo ideal, de Platão...

Certo proveito no inferno que abate,

Os voluntários da estrada da perdição;

Muitos riem quando à porta Cristo bate,

Só resta aos tais, por justiça, destarte,

Receberem enfim, o merecido galardão...

Agora, há um visitante que caso se acate,

Consegue ser mais vazio que a solidão;

Quando desencanto fere com seu acicate,

Some poesia, esperança, alento e arte,

Fora com esse filho bastardo, então!