Ouço
Ouço o mar,
e sua voz rouca,
o embalar dos
colos descansados,
a brisa que reclama
a quietude dos astros.
Ouço...
melodias tristes, bocas tristonhas,
sentimentos que se invertem por
amor a qualquer pedaço de poesia
útil.
Inútil.
Inútil saber ouvir-te cá dentro de mim,
com maravilhas e caos,
ressentimentos e idiossincrasia.
Mas daí, como de costume,
o sol exibe tal egoísmo,
interrompe todo o silêncio,
traz consigo as aves, o resfolgar
dos oceanos, a cama desarrumada e explícita,
e voltas ao silêncio,
àquele silêncio onde somente
o sussurro das noites
pode adentrar.
Prossigo.
Ouço... somente e por hora, as gargalhadas do nosso violão.