Ouço

Ouço o mar,

e sua voz rouca,

o embalar dos

colos descansados,

a brisa que reclama

a quietude dos astros.

Ouço...

melodias tristes, bocas tristonhas,

sentimentos que se invertem por

amor a qualquer pedaço de poesia

útil.

Inútil.

Inútil saber ouvir-te cá dentro de mim,

com maravilhas e caos,

ressentimentos e idiossincrasia.

Mas daí, como de costume,

o sol exibe tal egoísmo,

interrompe todo o silêncio,

traz consigo as aves, o resfolgar

dos oceanos, a cama desarrumada e explícita,

e voltas ao silêncio,

àquele silêncio onde somente

o sussurro das noites

pode adentrar.

Prossigo.

Ouço... somente e por hora, as gargalhadas do nosso violão.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 05/11/2012
Reeditado em 13/04/2016
Código do texto: T3970127
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