Ninfa

No teu mundo ocidental, bem distante,

Há dois mil anos-luz da minha prisão...

Me recebe e reflete tua perspectiva

Teu olhar divaga em meu mundo,

Me engana com teu jogo de ilusão

Vejo o mesmo passado futurístico

A imagem mental de duas almas utópicas,

De dois atos exilados da mesma cena,

Transbordando mais que simples inequações

A ascensão de um provável recomeço

De um ciclo que jamais se extinguiu

Enquanto ninfa, se esvai em meus sonhos

Embora nunca eu a tenha esquecido...

Ainda caminho a mesma trilha

O conforto pra almas abaladas e aturdidas

A indiferença que me leva a teu céu...

Reparte meus ideais em restos...

Me divide e reconquista a dúvida surreal,

Somos faces opostas da mesma moeda

Te persigo em lacunas que, agora vazias,

Clamam por sinais de informação

Aportei em tua ilha, sou fruto da solidão

Sou mais uma vez, desbravador barato

Da tua secreta e interna condição

Mas ainda me leva, e me recebe...

Na tua condição de ninfa, em posição...

De me sangrar por algo que nem existe,

Por algo que nunca respire...

Por uma vontade egoísta, narcisista

Por algo que ainda possa viver