PORTA DO SEM PAR
Para que o poeta emerja em plenitude
/ o Homem deve ser
Náufrago
Deixar escorrer das mãos quase todas
/ as antigas noções
e saber mergulhar no mar confiando
/ que ele
tudo dá
Há um sal original dentro dele
pronto a recombinar-se em Novas
/ Noções assim o Verde
da poesia tem por tecido uma flor de
Alegria
brilhando os interstícios de todos
/ os compromissos__ como o Amor...
Se vê longe a língua de terra ,
/ adentrando
o Mar!...
__e a baterem na rocha as multidões
/ das... ondas do_ amar!..._
É uma península vermelha que
/ se desenha
no Azul ___ enquanto o__
/ insolúvel__Destino se faz
Amor ___ e com isso se anula...
/ e se_ reparte_
formando-se destarte a constelação
/ em sublime doação da
___destinação...___
Náufrago ___saber deixar ir
tudo que não possa convir ao ( mais )
/ Ser a haste de trigo humilde
ao Sol se deixa... amadurecer...
e em seu coração há o pão!...
grato aos lábios de sabor
/ inumerável !...
Depois do Naufrágio do Homem surge
/ algo mais específico
e que se constrói no a cada dia com
/ mais testifico
Arco florido da Oferenda
a prenda imensa
e o Homem o acabar em mar
/ aproveita algo que vai
/ além de promessa e abre
___a Porta do Sem Par !...___