LÂMINA DE FOICE
Fazer poesia é pentear os longos
/ cabelos do papel
o céu trazendo nos fios com a perícia
/ de uma aranha
pendente, residente no Sonho
Globo de Amor
peludo com o ventre azul onde
/ se pintou
um sorriso com tinta amarela e bela
um rubi
quando a pena é cauda de Dragão
/ ou Serpente escorrendo
azuis
na branca clareira do rio
que é cheio de escamas e fala
Como um disco-voador em plena sala
enfeitada do Amor ___branco...
O vai e volta do verso __aranha__
/ minutíssima
pende de um longuíssimo
fio
dissolto em ar__dissolvido de um
/ lume
que não queima
Soprar a fogueira grande
/ incandescente de cenas
do Poema
Surrealizar todo este nosso Mar ___
/ trazer
as suas teias mais verdadeiras
/ que prendem somente
objetos assinalados : aspiradores
/ de pó, cupcakes, aparelhagens
/ de som perfeito, satisfeito
/ castiçal de todas as velas, muitas
/ panelas... de alumínio brilhante.
/ Fazer do circunstante o
Globo de Amor sem peças___
/ unificado nos rebites perfeitos
/ satisfeitos da Promessa essa
flauta espirala sons, indisfarçada
/ Poesia que à luz
do dia aumenta a Noite
e uma gambiarra no centro
/ do pensamento pacifica ao vento
não faz açoite
Ilumina a Imensa Chama
com uma só lâmina... de foice !...