Conforto
Ai!
O que eu fiz...
Corri mundos e fundos
Vivi sentimentos profundos
Cogitei o melhor da matéria
Abusei da sorte
Fugi da morte
Não aquela inevitável
Mas a morte dos sentidos
Aqueles que me fazem viva
Livre e forte...
Ai,
O que será que eu fiz...
Senti que o bom senso me escapou
Que bom! Mas volta e meia o reencontro
Aí me bate um desencanto
E eu, que corri mundos e fundos
Com sentimentos tão profundos
Sinto-me inerte
Num misto de realizada e triste
Tola e vivaz
Então, olho pra trás e vejo
Que o que tanto me faz
Indagar a mim mesma
Não passa de um desejo tamanho
De viver o que nunca vivi
De alcançar o que nunca tentei
De fazer o que sempre quis
De realizar o que sempre sonhei.